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26ª Bienal
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Site da Fundação Bienal de São Paulo
 

ESTERIO SEGURA

Biografia
Sobre o artista
Sobre a obra
Leitura do artista


Como você se define como artista?

Defino-me como um artista contemporâneo que busca a capacidade de compreender e poder lidar com qualquer tipo de conceito artístico e modo de produção artística, desde o mais tradicional - bidimensional ou tridimensional, pintura, desenho, escultura, instalações ou performances. Minha obra toca vários pontos da arte contemporânea.[Voltar]

Você é um artista que trabalha com diferentes mídias?

Exatamente. Neste momento o que está aqui na Bienal de São Paulo são especificamente desenhos/pinturas sobre linho. Em princípio estes eram projetos para obras tridimensionais e alguns já foram realizados tridimensionalmente.

Dentro do contexto do seu país e da contemporaneidade, aonde você se situa?

Eu penso que, por tradição e pela escola de que venho, realmente tenho em meu trabalho bastante do que acontece hoje. Minha arte de alguma maneira tem a influência do contexto de meu próprio país, porém além da tradição há a intenção de fazer uma ponte constantemente com o que se passa fora do país. Sempre crio obras com pontos de contato com o público internacional.

Vamos falar um pouco sobre o trabalho que você apresenta aqui na XXVI Bienal.

Esta é uma série muito grande de obras realizadas nos últimos 15 anos. Tenho produzido ou feito referências ao símbolo do avião e à idéia de decolagem há vários anos, porém estas referências sempre ocorreram de maneira muito dispersa. Aproximadamente de dois anos para cá, com os últimos acontecimentos que têm envolvido os vôos de avião, tenho me concentrado especialmente nele. Em função de toda a força que é tomada a partir de acidentes, de fenômenos históricos e políticos graves, como foi em 11 de setembro, o avião vem se tornando cada vez mais um símbolo muito controvertido, difícil. Às vezes temerário. E a referência primitiva da liberdade, acerca de Ícaro, converte-se em uma referência de armistício, uma bomba, uma explosão. Nestas minhas obras pretendi dar um tratamento híbrido a objetos comuns, banais, ordinários, imediatos ao homem, como o avião. Tratando de, por um lado, mudar a história que tem o avião como símbolo e por outro lado desmistificar a história da sensação de voar e a história do objeto com o qual o avião torna-se híbrido. Em muitos casos, como aqui, em que ele se compõe com uma baleia, uma limousine Chrysler, um hipopótamo... às vezes há um jogo entre o pesado e o ligeiro, entre a política e a liberdade; às vezes são referências que aparecem na mesma obra, aspectos que de alguma maneira, poética, literária, conceitual ou filosófica, fazem referência à idéia que permeia a obra.[Voltar]

Quais procedimentos ou processos de trabalhos foram necessários para a construção de sua obra? Você experimentou novas técnicas?

Minha obra não tem experimentações técnicas. No momento de construí-la acho importante já ter basicamente estruturado seu formato e também haver experimentado antes a sua técnica. A maioria de minhas obras segue um processo de evolução que se inicia na idéia de um trabalho pequeno em papel, que depois converte-se em grande formato; muitas têm a sorte de tornar-se obras tridimensionais, em objetos palpáveis, volumétricos. Este é aproximadamente o processo.

Fantástico. Gostaria que você fizesse uma leitura das suas obras que estão na Bienal. Você já falou um pouco sobre isso. Quais questões estes seus trabalhos podem trazer para ampliar a formação artística e a discussão estética junto ao público visitante da Bienal, principalmente o escolar, as crianças e os jovens?

Há muitas coisas que são importantes dentro da leitura de minhas obras. Por um lado há a reflexão acerca dos símbolos que governam o indivíduo e que formam parte da história da arte. No caso deste trabalho há especificamente o símbolo do avião. A reflexão sobre este símbolo e a sua representação estão aqui misturadas com elementos conceituais que formam parte da contemporaneidade. A arte latino-americana é uma grande etapa da história da arte que faz muitas referências a fatos políticos, culturais, etnográficos e que de alguma maneira também se refletem em minha obra, ou seja, trabalho um pouco com referências sobre o que está se passando. Porém de uma maneira muito comprimida, digamos que simplificada, dentro do conjunto de meu trabalho.[Voltar]

Qual é a sua formação?

Tenho uma formação completamente variada. A escola em Cuba, nos anos em que estudei lá, durava 12 anos. Começava-se a estudar aos 12 anos de idade e seguia-se até os 23 anos. Os primeiros anos da escola sempre são acadêmicos, básicos, e os últimos cinco anos são puramente experimentais, onde se tem a possibilidade de criar sua própria obra com seus próprios recursos...

... com sua
poética própria...

... e a partir daí desenvolvê-la. Então, passamos por toda a história clássica , a escola moderna , a pós-moderna e todo o conceitualismo contemporâneo sobre a arte.

Os professores e os monitores que estão aqui como educadores também estabelecem, de alguma forma, um diálogo entre sua obra e o público visitante. Quais questões você considera importantes que professores e monitores discutam com o público, especialmente com alunos, em relação ao seu trabalho?

Primeiro que faço obras de várias maneiras e que o que está aqui na Bienal é parte de um trabalho bidimensional. Este, porém, corresponde a imagens de obras tridimensionais que se desenvolveram a partir das pinturas que estão aqui. Segundo, é uma obra que faz referência não à história banal do avião, mas a algo controvertido da história contemporânea: o avião enquanto símbolo e como este vem influindo nos últimos acontecimentos históricos. Esta obra que está aqui também referencia-se a obras monumentais tridimensionais, mas em função de seu formato ela também discursa dentro de pequenos espaços. [Voltar ao início] [Versão para impressão]

ARTISTAS
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